Por: Tiago Mendes
Melhor remédio para esquecer a crise neste Natal parece ser… gastar dinheiro em prendas
Natal. Em tempos não muito remotos, este era o dia em que os portugueses tinham como tradição celebrar o nascimento de Jesus Cristo. As festividades começavam a 24 de Dezembro, com a noite de consoada. A família reunia-se para uma ceia especial, ia à igreja para ver o presépio e participar na missa do galo, beijava a figura do Menino Jesus e, no regresso, as crianças colocavam o sapatinho debaixo da chaminé, na esperança que o Menino lhes trouxesse um bom presente enquanto dormiam.
Actualmente, as festividades começam meses antes do dia de Natal. A figura imaculada de Jesus recém-nascido foi substituída por um velho e bonacheirão Pai Natal, que se veste de “encarnado coca-cola”. Ele vem do Pólo Norte para entregar às crianças os presentes que elas lhe pediram quando se sentaram no seu colo, junto a uma gigantesca árvore de Natal de um shopping. Tem sido assim desde que os portugueses ganharam poder de compra e se converteram aos mandamentos do consumismo para darem largas a uma nova espécie de potlatch, em que se oferece os melhores presentes, na expectativa de uma retribuição à altura.
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Já nada é como antigamente. O tempo passa, as coisas mudam. Tornámo-nos numa sociedade consumista. O cidadão embora não tenha possibilidade para adquirir, compra de qualquer maneira.
A crise… crise económica de que tanto se fala parece ser imaginação, porque não se vêem as pessoas em contenção. Cada vez se consome mais, cada vez se visitam mais os centros comerciais (e o comércio tradicional quase a desaparecer), cada vez se contraem mais empréstimos para se ter o que não se pode! Coisas de aparências…
E o Natal… uma época que tem perdido muito da sua mística, aquela que nos diziam e que nos mostravam quando éramos mais pequenos. Todo aquele ambiente mágico desapareceu… E assim vai continuar, o materialismo… o nosso querido e fiel amigo.